julho 13, 2025

A misteriosa cratera Pingualuit

Cratera Pingualuit (inuit: "grão"), anteriormente conhecida como Cratera Chubb e mais tarde como Cratera Nova Quebec, é uma cratera de impacto relativamente jovem localizada a cerca de 100 quilômetros a sudoeste de Kangiqsujuaq na Península de Ungava na região de Nord-du-Québec, Quebec, Canadá .

Tem 3,44 km de diâmetro e estima-se que tenha 1,4 ± 0,1 milhões de anos. A cratera e a área circundante fazem agora parte do Parque Nacional Pingualuit. A única espécie de peixe encontrada no Lago da Cratera é o salmão ártico (Salvelinus alpinus). 

A cratera é exposta à superfície, com uma borda que se eleva 160 m acima da tundra circundante e tem 400 m de profundidade. A depressão que forma abriga o Lago Pingualuk, que com 267 m é um dos lagos mais profundos da América do Norte.

Ele contém algumas das águas doces mais puras do mundo, com um nível de salinidade abaixo de 3 ppm (em comparação, os Grandes Lagos têm um nível de salinidade de 500 ppm). É também um dos lagos mais claros do mundo, com um disco de Secchi visível a mais de 35 m de profundidade. Não tem afluentes ou efluentes visíveis, então seu suprimento de água vem exclusivamente da chuva e da neve e é perdido apenas pela evaporação.

Esta cratera lacustre, em grande parte desconhecida do mundo exterior até 1943, era conhecida desde os tempos antigos pelos Inuit , que a chamavam de "Olho de Cristal de Nunavik" devido às suas águas cristalinas. Os pilotos da Segunda Guerra Mundial frequentemente usavam este marco quase perfeitamente circular como auxílio à navegação.

Em 1999, o nome foi alterado novamente para "Pingualuit" para promover a cultura Inuit na região de Nunavik. "Pingualuit" é o plural da palavra pingualuk , que significa "grão grande", devido ao formato da cratera e à presença de pequenas colinas, também semelhantes a grãos, que são encontradas ao redor da cratera. [Hoje, a cratera e sua área circundante fazem parte do Parque Nacional Pingualuit do Canadá, estabelecido em 1º de janeiro de 2004.

Foto aérea da Cratera de Pingualuit. Divulgação do Ministério de Turismo do Canadá.




julho 12, 2025

O Sol é feito do quê?

Apesar de ninguém ter pousado no Sol - o que é fisicamente impossível -, conseguimos saber bastante sobre ele analisando a luz que emite. Isaac Newton mostrou que a luz poderia ser dividida em diferentes feixes com um prisma. A radiação solar é composta tanto por luz visível, como por ondas invisíveis ao olho humano, como o ultravioleta e o infravermelho. Ao passar por prismas, essa luz se decompõe, como num arco-íris, em padrões chamados espectros de faixas luminosas.

Cada elemento químico, ao ser aquecido ou irradiado com luz, emite luz com padrões específicos de faixas coloridas, uma espécie de impressão digital luminosa. Esta impressão digital pode ser estudada por um equipamento chamado espectroscópio. Logo, espectros da luz solar, foram comparados com espectros medidos em laboratórios, revelando primeiro a presença do hidrogênio. Em 1868, a análise de um eclipse permitiu identificar um novo elemento até então desconhecido na Terra: o hélio, batizado em homenagem a Hélios, o deus do Sol na mitologia grega. Hoje é sabido que o hélio é o segundo elemento mais abundante do Universo.

Atualmente, os espectrômetros são muito sofisticados. Usam componentes eletrônicos que permitem detectar variações sutis nos espectros da luz. Com isso, conseguimos identificar quantidades menores de elementos presentes no Sol, mesmo estando a cerca de 150 milhões de quilômetros de distância.

Esses dados vêm tanto de radiotelescópios terrestres, que funcionam como "olhos" gigantes apontados para o Universo, ou por sondas lançadas ao espaço, como a Sonda Solar Parker, da NASA, que se aproximou das camadas externas do Sol. A composição química do Sol, conhecida atualmente, é de aproximadamente 74,9% de hidrogênio, 23,8% de hélio e uma pequena fração de outros elementos, como oxigênio, carbono, ferro e nitrogênio.

Fonte: site theconversation.com

Foto: minha visita ao Radiotelescópio de Itapetinga, Atibaia, SP, em junho de 2001. Conduzidos pelo cientista de plantão, conhecemos o processo de monitoramento do Sol através dos espectroscópios.

 





julho 11, 2025

Taiga, um bioma surpreendente

A Taiga é um bioma que ocorre no Hemisfério Norte, nas áreas localizadas acima da floresta temperada e abaixo da Tundra. Recebe também o nome de floresta boreal ou floresta de coníferas, o que se deve à sua cobertura vegetal composta por árvores como ciprestes, pinheiros e abetos.

A Taiga é um bioma característico das terras frias do Hemisfério Norte, distribuindo-se entre as zonas Temperada e Polar Ártica. Essa região é conhecida como subártica, e fica entre os paralelos 50º N e 60º N.

Sendo assim, a floresta boreal, como pode ser chamada, é limitada, ao norte, pela Tundra e, ao sul, pela floresta temperada, marcando a transição entre as áreas permanentemente frias e as regiões de temperaturas mais amenas do planeta.

A ocorrência da Taiga se dá em áreas de clima Subártico e Continental seco. O seu principal aspecto consiste nas baixas temperaturas durante todo o ano, notadamente no inverno, quando os termômetros marcam valores abaixo de zero.

As mínimas são geralmente registradas no mês de janeiro, e ficam em torno de -10 ºC e -30 ºC, enquanto as máximas anuais são de 20 ºC. Algumas exceções acontecem, como é o caso da Sibéria. Essa região da Rússia oriental abriga as cidades mais frias do planeta, e as parcelas de terra recobertas pela vegetação conífera podem experimentar mínimas de até -50 ºC nos meses mais frios do ano.

A principal forma de precipitação é a neve, que pode cair de três a seis meses e manter parte da Taiga, sobretudo nas áreas mais ao norte, recoberta em boa parte do ano. As chuvas não são incomuns, embora pouco volumosas. Sua incidência está associada às correntes de convecção que se formam na curta estação quente.

Fotos: Brasil Escola 
































julho 08, 2025

A Linha de Kármán

Linha de von Kármán, ou simplesmente Linha de Karman, é um limite convencionado que fica a uma altitude de 100 km acima do nível do mar, usado para definir o limite entre a atmosfera terrestre e o espaço exterior.

Esta definição é aceita pela Fédération Aéronautique Internationale(FAI), órgão internacional que estabelece padrões e registra e oficializa recordes aronáuticos e espaciais.

Esse limite foi designado como linha de Karman em homenagem a Theodore von Kármán (1881–1963), um engenheiro e físico húngaro-americano, que contribuiu significativamente nos campos da aeronátucia e da astronáutica. Foi ele quem primeiro calculou que aproximadamente a essa altitude a densidade da atmosfera terrestre se tornava tão baixa para fins aeronáuticos, que qualquer veículo a essa altitude teria que se deslocar a velocidades maiores que a velocidade orbital (24.000 km/h) para conseguir sustentação.

Acima desse limite, ocorre também um aumento repentino na temperatura atmosférica, e uma maior influência da radiação solar. O primeiro foguete projetado e construído por estudantes ultrapassou a linha Karman em 2019 atingindo uma altitude máxima registrada de 103,6 km, e uma velocidade máxima de 5449 km/h.

Os Estados Unidos, não definiram oficialmente um limite para o espaço. A definição que eles adotam para um astronauta, que permanece até hoje é: qualquer pessoa que tenha voado a mais de 80 km de altitude. Até mesmo essa definição é controversa, pois existem definições diferentes entre o setor militar e a NASA.

O direito internacional, define o limite inferior do espaço como sendo o menor perigeu mantido por um veículo espacial em órbita, sem no entanto especificar uma altitude. Devido ao arrasto atmosférico, a menor altitude que um objeto numa órbita circular necessita para efetuar ao menos uma órbita completa, é de aproximadamente 150 km.

Foto NASA, onde termina a Terra e começa o espaço.




julho 02, 2025

A Maior Cachoeira do Mundo

O Parque Nacional Canaima tem uma combinação perfeita entre magia e realidade, com suas impressionantes formações milenares chamadas de Tepuy. Seus inumeráveis rios, quedas d’água, lagoas, selvas e savanas distribuídas como um mar verde, enchem os olhos dos visitantes. 

Nesta dádiva da natureza, encontra-se uma floresta bastante interessante, compondo uma fauna rica em espécies endêmicas (exclusiva deste ambiente), que vivem em harmonia com os indígenas da etnia pemon. Sua cultura ancestral, artesanato, folclore e gastronomia retratam o testemunho vivente da história local.

É neste mosaico de belezas naturais que está localizada a incrível Cachoeira do Salto Angel, a mais alta do mundo, com 979 metros de queda d’água. No local há ainda outras formosas quedas d’água e a Lagoa de Canaima que convidam os visitantes a tomar um refrescante banho em suas praias de areia branca.

Este Parque situa-se no extremo sudeste da Venezuela, ao sul do Rio Orinoco, no município Grande Sabana do Estado Bolívar, sendo decretado Parque Nacional em 12 de junho de 1962. Possui 3 milhões de hectares, ocupando a segunda maior área natural protegida na Venezuela e a sétima no mundo.

Foto do portal "Trilhas e Aventuras", dirigido por Maurício de Oliveira.
















Assista ao documentário em vídeo.




julho 01, 2025

A Rocha do Púlpito

A Rocha ou Pedro do Púlpito, também chamada de Preikestolen, é uma famosa formação rochosa na Noguera, localizada no fiorde de Lyse.

É uma impressionante falésia com um topo quase plano, com cerca de 25 por 25 metros, que se eleva a 604 metros acima do fiorde. A região é um destino turístico popular, conhecido pelas suas vistas panorâmicas e pela desafiadora caminhada de  3,8 km até ao Preikestolen, fazendo dele uma das atrações turísticas mais visitadas do país.

Foto de Stefan Krause, Alemanha, com permissão do autor. 























Assista ao documentário em vídeo.







junho 29, 2025

Aprendendo com as formigas

Como as formigas evitam engarrafamentos? Agindo por instinto, as formigas trabalham em grupos enormes sem causar engarrafamento.

Aprendendo com as formigas


junho 27, 2025

Por que o céu é azul?

Todo mundo sabe que a luz branca, emitida pelo Sol, é na verdade composta de sete cores básicas. Elas variam do violeta ao vermelho, cada uma com sua frequência.As moléculas de ar que compõem a atmosfera da Terra, por sua vez, refletem, absorvem e difundem a radiação solar. 

"A luz do Sol, também chamada de luz branca, entra na atmosfera e é espalhada pelas moléculas do ar - principalmente nitrogênio - para todas as direções", diz o físico Alexandre Souto Martinez, do Instituto de Física e Matemática da USP de Ribeirão Preto.

A luz azul tem uma frequência (ciclos de onda por segundo) muito próxima daquela de ressonância dos átomos da atmosfera, ao contrário da luz vermelha. Assim, a luz azul movimenta os elétrons nas camadas atômicas das moléculas com muito mais facilidade que a vermelha. Isso provoca um ligeiro atraso na luz azul que é reemitida em todas as direções, num processo chamado dispersão de Rayleigh (nome do físico inglês do século XIX que explicou esse fenômeno). 

A luz vermelha, que não é dispersa e sim transmitida, continua em sua direção original, mas quando olhamos para o céu é a luz azul que vemos porque é a que foi mais dispersada pelas moléculas em todas as direções.

No amanhecer e no entardecer, porém, a luz atravessa uma camada mais espessa da atmosfera. O azul se espalha tanto que não consegue chegar até nós e, por isso, vemos o céu vermelho. Partículas de umidade presentes na atmosfera também podem alterar essa dispersão da luz. É por isso que, antes ou depois de chover, podemos ver as sete cores do espectro na faixa onde a luz atravessa as gotículas de água. É o chamado arco-íris. 

Por essa mesma razão, também o céu de Marte é vermelho. Como ele tem muitas partículas de poeira dispersas, a luz azul se espalha ainda mais e apenas a luz vermelha consegue chegar à superfície.

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Foto: céu azul durante o dia, acervo Lucas Carl.



As belezas de Gaia

Por que escolhi esse nome para o blog?

Gaia é como os antigos gregos chamavam nosso planeta. Na mitologia grega, ele é frequentemente chamado de Mãe-Terra, que a retrata como a origem de muitos deuses e da própria ordem cósmica. Além disso, o termo "Gaia" também é usado para se referir à hipótese científica que considera a Terra como um sistema auto-regulável, um organismo vivo.

Quanto à expressão "as belezas de", tem a ver com o fato das características belas do nosso planeta o tornarem único no universo.